quarta-feira, julho 12, 2006

Zidane, o semideus

Recebi este texto, concordei inteiramente com ele. No entanto, não sei quem é o jornalista que o escreveu e nem em qual publicação. Coloco-o aqui porque é um ponto de vista muito interessante, que eu e mais pessoas concordam. Quem souber quem é o autor, compartilhe.

O filósofo francês Bernard Henri-Levy afirmou que a agressão do meia Zinedine Zidane ao zagueiro Marco Materazzi, na final da Copa 2006, equivale ao que definiu como "o suicídio de um semideus". O tema foi abordado nesta terça-feira, em sua coluna no jornal norte-americano The Wall Street Journal.

"Zidane é um semi-deus que se transformou em ser humano com a cabeçada no adversário. Seu gesto equivale ao suicídio de um semideus. E continuará inexplicável para sempre como todos os suicídios", disse Henri-Levy.

Embora o próprio Materazzi reconheça que insultou Zidane ao longo da partida disputada no Estádio Olímpico de Berlim, o filósofo não atribui às ofensas o principal motivo para a atitude do atleta, que surpreendeu o mundo.

"A verdade é que talvez não seja fácil viver na pele de um ícone, de um semideus, de um herói, praticamente uma lenda. A única explicação é que ele teve que voltar a ser humano. Teve uma revolta interna contra essa idéia de transformar-se em uma lenda viva, uma estátua estúpida, o monumento beatificado que foi reverenciado nos últimos meses", explicou.

"Aquiles teve seu lado humano. Zidane também tem o dele. Essa cabeçada magnífica e rebelde que o trouxe de repente ao nível de seus outros irmãos humanos", completou Bernard Henri-Levy.

Syd Barrett

O cara sempre me pareceu obscuro, não o percebia muito no Pink Floyd, principalmente porque me acostumei mais aos álbuns que ele não participou. Mas sempre que ouço Wish You Were Here, acho que fizeram pra ele. Agora, dizem que ele se foi. Definitivamente, pois de certa forma, pra quem escutou os caras até a agulha furar o vinil, ele já tinha ido. Ficava imaginando: o que será que um cara como o Syd Barrett estaria fazendo agora? O que ele estaria fazendo, agora?

domingo, julho 09, 2006

Forza Azzurra

Como descendente, não poderia deixar de torcer para a Azzurra. E ganhar da França ainda deu um gostinho a mais que uma pizza marguerita. Um gostinho de vingança, meio sem graça porque não acho que foi a França que ganhou do Brasil. Foi a Seleção canarinho que perdeu de si própria, de sua falta de garra, de sua falta de atitude. A França foi apenas o instrumento. Por isso é um gostinho insosso. A Copa para a Itália tem um gosto mais marcante. Das pizzas aos tagliarini. Dos Chianti aos Barolo. À parentada italiana, tutti buona gente, minha alegria pela conquista. Viva Italia.

segunda-feira, julho 03, 2006

No Pere Lachaise

Pere Lachaise diz alguma coisa pra você? E 1971? Começava a década de 70, a magia dos anos 60 ainda fervilhava. O mundo ia ser melhor. Ou não. As portas da percepção podiam se abrir. Você aí que se esgüela cantando "Roadhouse Blues"... É você mesmo... Sabia que há exatos 35 anos o cara estava passando pelas portas de não sei aonde? Dia 3 de julho de 1971, Jim Morrisson era encontrado morto em uma banheira de um hotel parisiense, em circunstâncias nunca completamente esclarecidas. Tinha 27 anos, assim como Janis Joplin quando se foi. E Jimmy Hendrix. E Kurt Cobain. Só tinha 27 e fez aquilo tudo. Fez poesia que ao mesmo tempo era biscoito fino e paulada grossa. Fez música numa banda que não usava baixo! Botava tudo pra fora nos shows. Literalmente. Meio índio, meio Rimbaud, meio Rilke, meio doente, meio de outro mundo, meio marcado para não viver. Se estivesse vivo, em 8 de dezembro deste ano completaria 63 anos. É difícil imaginar o cara com 63! É difícil imaginar um séquito de fãs, a maioria adolescente, invadindo o cemitério Pere Lachaise, em Paris, para peregrinar no túmulo todo pichado do cara. Um dia, no London Pub, num intervalo de um show, botaram lá "Break On Through". A molecada de menos, muito menos de 20 esgüelava a letra, cantava a plenos pulmões! Depois tascaram "Roadhouse Blues". De novo, a moçada em coral! Fiquei pasmo! Depois fui me inteirar do assunto. A molecada não é boba. Sabe o que é bom. Por isso devem fazer peregrinação no Pere Lachaise. Vida longa a Jim Morrisson!

sábado, julho 01, 2006

Sem gana!

Uns dias atrás coloquei um post com o título "Com gana!". Agora não resisti e coloquei um com este título aí. Será que fiz mal? Será que ele não reflete o que foi o jogo contra a França? Havia dito no mesmo post que com dois Ronaldos a coisa ia. Dois Ronaldos na área. Mas, e a coisa? Que coisa? A gana, ora! Sem ela, não adianta uma dupla de Ronaldos. Poderia aqui dizer que o Kaká ficou esperando ajuda divina (ops... foi mal...). Poderia dizer que a mente de colonizado baixou nos jogadores que na Metrópole jogam. Poderia dizer que... O que mais? Vou dizer apenas que faltou postura de dono do jogo. Postura de não apenas se sentir, mas de realmente ser o último biscoito do pacote. Aquela de botar o nariz para cima, levantar a sobrancelha, estufar o peito, olhar feio para os caras e dizer, como dizia a pequena torcida brasileira em Frankfurt: "Eu/ Sou brasileiro/ Com muito orgulho/ Com muito amor."