domingo, julho 29, 2007

O mar

Fuçando no Youtube acabei encontrando um vídeo que poderia muito bem ser oficial do Pearl Jam. Provavelmente o Eddie Vedder nunca o viu. Mas é de uma poesia que casa perfeitamente com a música. Descobri que foi filmado numa praia de Portugal por um cara, provavelmente um poeta, de pseudônimo Lobístico.

Gosto muito de água. Gosto do mar. Quando estou no litoral, me sinto bem, em paz, como se houvesse voltado ao líquido amniótico da minha mãe. De certa forma, é uma volta mesmo, já que o Homem veio do mar. Se pudesse, moraria, pelo menos parte do ano, à beira mar. Realmente não sei explicar como me sinto bem numa praia, com o mar a me lamber, sentindo o cheiro, respirando sal, olhando para o horizonte verde-azul-azul-verde. Gosto de ficar observando os elementos que pertencem ao ambiente do mar. Pessoas que caminham, cachorros que brincam, ondas que se quebram, o ar enevoado pela maresia.

Tem uma hora do dia, à beira mar, que gosto muito. É quando anoitece. Sinto algo inexplicável. Entro no mar mais uma vez, sem enxergar ao certo as ondas, meio temeroso, mas confiante que ele me tratará bem. Depois, saio, olho para o céu, que ainda tem claridade. Olho bem fundo nele. Sinto minha alma ir ao encontro dele. Já disse isso para algumas pessoas.

Neste vídeo aí tem todos esses elementos que citei. E mais. A música é linda, a letra também. Lobístico que me perdoe, mas eu filmaria a praia, o mar e o céu exatamente como ele fez. Por isso, me sinto co-autor do vídeo.


Um pouco de café

Fui criado entre pessoas que sempre beberam café. A maioria, fumantes. Sou do tempo em que fumar não era crime. Hoje, infelizmente, essa coisa horrível do politicamente correto coloca as pessoas que optaram por fumar no mesmo patamar dos escroques e dos bandidos leves. Mas antes não era assim. Vi muitas vezes meu pai se sentar à mesa com meu tio, filhos de italianos que eram, tomar uma imensa xícara de café e acenderem seus cigarros. Fui muitas vezes comprar para meu pai no bar do Alcides.

Mas o café sempre esteve presente. Na casa da minha avó Hermínia em Batatais, eram feitos bules de café quase que de meia em meia hora. Todos tomavam. Minha mãe, minha tia Deolinda, todas passavam um pouco de manteiga num pedaço de pão, encharcavam-no de café forte e davam para as crianças comerem. Éramos tratados à base de café.

Recentemente fui a Carmo do Paranaíba, bem ao leste do Triângulo Mineiro. Visitei algumas fazendas e as instalações da Veloso, uma empresa que produz cafés para exportação. Lá pude saborear o café que meu pai dizia que nós aqui do Brasil não tomávamos. O café que, ainda em Batatais, quando a cidade ainda era uma grande produtora de café, era enviado para a Europa. Meu pai dizia que o café que tomávamos era palha torrada. Não entendia aquilo. Mas em Carmo, um especialista me explicou sobre isso e pude me lembrar do que meu pai dizia. Uma palha aromática que fazia o café mais cheiroso.

Assim, com as lições aprendidas em Carmo, voltei a experimentar o café com mais atenção. Comecei devagar. Comprei um pó mais forte, mais encorpado, mas ainda daqueles nossos mesmo. Resolvi também comprar uma cafeteira italiana para fazer café na medida, sem sobrar nem faltar. Passei a ler alguma coisa na internet e cada dia mais podemos ver o quanto essa bebida gostosa tem de parecido com o vinho, que também adoro.

Não fumo, mas sempre que despejo o café bem preto e fumegante na xícara, sempre que a aproximo com seu aroma do meu nariz, sempre que experimento o sabor, me lembro do meu pai. Meu pai, que toda a manhã levantava cedo, ia pra cozinha e fazia café coado em um coador de pano que ele mesmo costurava. Ele se sentava numa cadeira e olhava para algo com o olhar longe, talvez buscando lembranças em sua alma. Não sei costurar, não sei fazer o café que ele fazia. Mas ainda quero experimentar o prazer que ele tinha em tomar um bom café.

quinta-feira, julho 26, 2007

Ukulele

Quem conhece meu primo Júnior sabe bem como ele á fã do George Harrison. Para quem não conhece, é um cara que quando o George lançou o LP “All Things Must Pass”, um álbum triplo, ele o comprou, tocou uma vez para gravar e guardou a peça. Isso há séculos atrás. Hoje a “bolacha”, ou melhor, as três, é um conjunto raro, que não muitas pessoas têm.

O Júnior sempre manda umas dicas musicais. Essa aí é mais uma. Mas de um carinha absolutamente desconhecido. Jake. Sei lá das quantas. Ele toca este instrumento aí, parecido com o nosso cavaquinho, mas com um nome estranho: ukulele. George Harrison também tocava e, claro, bem. Mas o Jake não é ruim não...

sábado, julho 21, 2007

Rio

O Rio de Janeiro continua lindo. Sempre foi. Desde bem antes de D. João VI por aqui chegar. Mesmo na primeira metade do século passado, quando as favelas ainda eram lugares apenas bucólicos, o Rio era lindo. Nesta primeira metade deste século, mesmo com toda a violência que acaba com o cotidiano das pessoas, o Rio de Janeiro continua lindo.

Há quem diga que o Rio é lindo só de cima, de avião. Também é. Mas não apenas. Não há como desmentir quando falam que o Rio de Janeiro é a cidade mais bela do mundo. Porque é. E não é só a beleza exposta nos cartazes, nos folders de agências de turismo. Tem uma beleza terrestre, mesmo quando o mar e as montanhas não estão ao alcance dos olhos. Tem uma beleza de pessoas, de corpos, de olhares e sorrisos. Tem uma beleza de esquinas, de botecos e ruas centrais. Tem beleza de cidade.

Um clip do John Legend mostra bem isso. Além das imagens simples, sem arroubos cinematográficos, quase manuais, o vídeo também apresenta dois casais apaixonados circulando por lugares da cidade. Não há Cristo Redentor, não há Pão de Açúcar, não há praia de Copacabana. É claro que escadarias com a bandeira do Brasil, que virou figurinha fácil em vídeos de cantores americanos (Snoop Dogg, por exemplo) aparecem também. É um Rio humano, visto do nível dos olhos. É um sentimento humano dos casais do vídeo que transparece na cidade.

Talvez, olhando bem, não seja apenas o Rio de Janeiro que é bonito. Tem algo mais ali.

Azuis

Os caras estiveram no Brasil recentemente. Eles têm cara de seqüelados. Se pintam de azul. Se olham de modo estranho. Mas fazem um som especial. Os três se revezam em instrumentos um tanto estranhos e inesperados, mas sempre acompanhados de boa música. Blue Man Group tem a característica do impacto, do diferente, do fazer algo que não foi feito. E o novo sempre é sedutor.


sexta-feira, julho 20, 2007

Utilidades

Os meios de comunicação estão sendo revolucionados. Internet, telefones móveis, UMPCs e, claro, o iPhone da Apple. Tem gente que está dizendo que não sabe como viveu até hoje sem um iPhone. Neste vídeo dá pra ver como ele é absolutamente indispensável...