quinta-feira, junho 28, 2007

Stop and Hear the Music

Recebi do meu amigo Júlio Morsoletto um e-mail com o texto a seguir. Ele fala de arte. De poesia. De sentir. De como nascemos poetas, artistas e deixamos isso escapar. De como temos dificuldade de inserir arte no nosso dia a dia, na nossa vida. O que deveria, ou pelo menos, poderia estar integrado na nossa forma de viver, acaba sendo tratado como um produto a ser consumido. Apenas.

Um violinista no metrô...

Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metrô de Washington, de manhã, na hora do rush, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a idéia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos. Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares. Ali na estação de metrô foi ostensivamente ignorado pela maioria, à exceção das crianças, que, inevitavelmente, paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós. "Foi estranho ser ignorado" disse Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da música clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total. Esse fato, aparentemente, não impressionou os usuários do metrô. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um celular toca. Mas no metrô as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou. Diretor da National Gallery, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".

Veja o filme. Leia o original no Washington Post.

sábado, junho 23, 2007

Sem título

E paro e penso e falo

Mas não sei se convenço.

Se adoeço e saro,

Não sei se é o começo

Do caro intento de matá-lo

Ou apenas seu prolongamento.

Eu tenho o gosto e o faro;

Não sei a que venho:

Se paro, se penso, se falo.

sexta-feira, junho 15, 2007

City - Jardim Samaúma

No post aí de baixo, havia falado de um casal. É o fotógrafo Beto Oliveira e sua mulher. E mais umas fotos do local. A cidade vai melhorando pelo trabalho de gente assim.





quinta-feira, junho 07, 2007

City

Às vezes corro no bairro City, que algum vereador sem mais nada pra fazer resolveu chamar de Jardim Inconfidência. E por várias destas vezes, vi um casal plantando e regando árvores por ali. Os dois sempre estão por ali, aplicados em uma luta que todos deveriam louvar. Por si mesmos revitalizam uma região rara na cidade. Replantam ao redor de dois córregos, Lagoinha e Mogi, um deles com cachoeiras e pequenas quedas d’água.

Agora, a região vai sendo modificada. Embelezada. Além do trabalho que vi dos dois, o solo vai ganhando um gramado. A impressão é que se formará um parque linear, emprestando a quem passa por ali uma paisagem para se colar nas retinas. Lixo, plásticos, lâmpadas ainda são encontrados nas beiradas dos córregos e junto às ruas. Ainda há pessoas que se dão ao trabalho de saírem de suas casas com caixas de leite vazias, fraldas descartáveis e outros resíduos quaisquer para deixar tudo isso ali. Poderiam empregar esta disposição toda para retirá-los.

Mesmo com estes senões, a região vai ganhando um aspecto mais agradável, digna de um passeio. Digna de servir de ambiente da luta daquele casal.Fotos: Ugo Degani


sexta-feira, junho 01, 2007

Sargento Pimenta

Há quarenta anos não só a música mudava, mas o mundo também. Em 1° de junho de 1967, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band era lançado. A obra prima dos Beatles que revolucionou o modo de fazer música e até o comportamento dos jovens da época. Além das inovações, tais como uma história condutora no disco, o long play trazia coisas impensáveis para a época. Meu irmão tinha (e tem ainda) um LP, que ouvia sempre numa vitrola. Eu era moleque e tentei traduzir Lucy in The Sky with Diamonds. Mas a letra é doida demais. Acabei traduzindo She’s Leaving Home. Hoje, tenho um CD. Uma obra de arte para se ter em casa. E no coração.