segunda-feira, junho 09, 2008

Um anjo chamado Sílvia

Eu ainda nem sabia ler e ia na casa do “Seu” Rosa ver gibi. Na época, Mickey Mouse, Pateta, Pato Donald e Tio Patinhas eram o centro das atenções da molecada. O tempo passou e aprendi a ler e continuei indo lá. Já entrava, falava “oi” para a Dona Nica, me sentava num sofá e fazia as minhas leituras. Quando terminava, deixava os gibis no lugar e ia embora. A Sílvia sempre estava lá com aquele sorriso imenso. Quem a conheceu vai se lembrar dele. Ela tinha a idade da minha irmã, mas conversávamos sem as fronteiras típicas de idade. O tempo passou, a Sílvia deve ter feito algum curso de cabeleireira e passou a cortar os meus cabelos numa determinada época. Não me lembro se eu a pagava, pois já tinha o meu dinheiro, ganho nas minhas ralações precoces. O tempo passou de novo. Eu não morava mais na Princesa Isabel e fui me afastando daqueles ares que povoavam as esquinas das ruas Goiás, Santos Dumont e Olegário Maciel. Acabei vendo a Sílvia apenas eventualmente. Mas nunca esqueci o seu sorriso. Um sorriso que só os anjos têm. Hoje a Sílvia foi embora. Não verei mais aquele sorriso. Talvez, como um anjo, ela venha a iluminar nosso caminho com a alegria de sua voz e a amplidão de seu sorriso. Nunca me esquecerei do sorriso da Sílvia.

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