quinta-feira, setembro 24, 2009

De aldeia em aldeia

Outro dia o Tribunal de Justiça do Paraná manteve uma liminar determinando que a empresa Cadari Tecnologia indisponibilize o software K-Lite Nitro até que se criem filtros que o impeçam de copiar gravações protegidas. É apenas mais um caso dessa luta de grupos que se mantêm agarrados a um modelo de comércio contra outros grupos que pensam em outra maneira de ficar por aqui. Há alguns meses o Pirate Bay teve que enfrentar os tribunais na Suécia com a mesma pendenga. Afinal de contas, vamos continuar comprando músicas ou não?

Na Idade Média os precurssores dos músicos atuais ganhavam a vida perambulando de aldeia em aldeia levando sua arte. Não havia CDs na época e nem a indústria por trás deles. Apenas no início do século XX surgiram os primeiros modelos de gravações com tubos metálicos que evoluíram para discos de cera até chegarem nos vinis. Já estava montada a indústria fonográfica. Como o CD popularizado, com a internet bombando, passar para o mp3 foi um pulo. Pronto. Fazer um download virou modelo de compartilhamento da arte. Uma forma absolutamente eficaz de disseminar a arte. De graça.

Pronto. Estamos de volta aos conceitos que levavam os precurssores dos músicos atuais a buscar seu sustento. A História sempre deu dessas voltas e tudo tem que ser reinventado. Tem gente que não consegue perceber isso. Outros captam imediatamente. Radiohead captou. E o Paramore também e acaba de disponibilizar seu novo álbum "Brand New Eyes" na íntegra na internet. Seu terceiro trabalho de estúdio está no MySpace para quem quiser ouvir.

Mas e aí? Como a Hayley Williams vai arrumar grana pra se manter? Parece que o Paramore terá que continuar perambulando de aldeia em aldeia levando sua arte. E assim, se aproximará de quem gosta deles. Agora é assim.




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