domingo, maio 01, 2011

Gozo VI

São de bronze
os palácios do teu sangue

de cristal absorto
encimesmado

São de esperma
os rubis que tens no corpo
a crescerem-te no ventre
ao acaso

São de vento – são de vidro
são de vinho
os liquidos silencios dos teus olhos

as rutilas esmeraldas que
sózinhas
ferem de verde aquilo que tu escolhes

São cintilantes grutas
que germinam
na obscura teia dos teus lábios

o hálito das mãos
a lingua – as veias

São de cupulas crisálidas
são de areia

São de brandas catedrais
que desnorteiam

(São de cupulas crisálidas
são de areia)

na minha vulva
o gosto dos teus espasmos.

Maria Teresa Horta

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