sexta-feira, outubro 08, 2010

Lennon com 70


Há trinta anos e dois meses eu entrava na casa do Júnior Degani, como sempre entrei, sem bater. E fui dizendo a ele: John Lennon foi assassinado! Na hora, ele achou que era mais uma das brincadeiras sem graça que a idade acabava por cometer. Mas não era.

Na noite anterior eu havia chegado ao meu quartinho que ficava de fora do corpo da minha casa, regresso de alguma noite de estudos. Tinha ligado o rádio e naquela época o que rolava era a Rádio Mundial. E não parava de tocar Starting Over, o single do vinil que Lennon havia lançado após anos de reclusão, criando o filho Sean. John tinha feito quarenta anos e havia retomado a alegria de viver. As músicas do álbum diziam isso.

Mas a música tocava insistentemente. Na hora, achei estranho. Por que tantas vezes? Algo me dizia que havia algo estranho. Em pouco tempo veio a notícia, que já se era velha e repetida. John Lennon tinha sido assassinado.

Se isso não tivesse acontecido, John faria setenta anos hoje. Quais músicas estaria compondo? Estaria ligado na internet? Beijaria Paul McCartney? O que ele diria do Oasis? Liam Gallagher daria qual nome ao filho dele?

Se John pudesse estar agora comemorando seus setenta anos com Yoko e Sean nós também estaríamos vivendo de maneira diferente. Pelo menos, eu e Júnior Degani.





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